Diante da solicitação do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn) à Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) para reajustar a tarifa do transporte na capital, a Câmara Municipal realizou nesta manhã (19) uma audiência pública para debater o possível reajuste e a qualidade do serviço.
"Provocamos essa audiência porque querem conceder aumento acima da inflação sem melhorar em nada a qualidade do serviço. Temos vários pontos de ônibus sem abrigo, frota antiga, grande tempo de espera, entre outros problemas. Não vamos aceitar esse aumento sem debater com a sociedade", disse Maurício Gurgel (PSOL), propositor da audiência que recebeu ainda representantes de movimentos de estudantes, de entidades ligadas às pessoas com deficiência, do transporte alternativo, estudiosos da área e líderes comunitários. Os vereadores Divaneide Basílio (PT), Nina Souza (PDT) e Raniere Barbosa (Avante) também colaboraram com as discussões.
A frota de Natal é a mais mais antiga entre as capitais do país, com cerca de nove anos, segundo o Seturn, que alega não haver como investir em melhorias devido à falta de subsídio da tarifa que estaria defasada. "Isso é reflexo da política municipal de transporte público dos últimos seis anos. Mesmo assim, através dos últimos reajustes tarifários, as empresas implantaram 150 novos abrigos de ônibus, reformaram 56, implantaram aplicativo e até wi-fi em parte da frota. Agora, quanto à renovação da frota, a política e a tarifa não contemplam esse investimento", disse Nilson Queiroga, assessor técnico do Seturn. Segundo prevê, a tarifa precisaria saltar dos atuais R$ 3,65 para R$ 4.
A Câmara Municipal já encaminhou à STTU todo o processo referente aos vetos do Projeto de Lei que regulamenta o sistema para a licitação, que poderia melhorar o serviço. De acordo com a pasta, o processo de licitação começa a ser iniciado com a contratação da empresa que vai elaborar o edital. Enquanto isso, analisa o reajuste da tarifa, solicitado pelo Seturn, mas sem condições de subsidiar o valor do passe. "As cidades que deram subsídio tiveram que reajustar depois. É preciso estudar um subsídio sustentável. Nós solicitamos dados ao Seturn para saber a necessidade do reajuste da tarifa, mas todas as contrapartidas exigidas às empresas para o último reajuste foram atendidas", garante o assessor técnico da STTU, Nilton Filho
Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Marcelo Barroso