Durante a tarde desta segunda-feira (07), os vereadores da Comissão de Saúde da Câmara realizaram uma visita à Unidade de Pronto-atendimento (UPA), situada no bairro Cidade da Esperança, zona Oeste da capital. A ida dos parlamentares ao local se deu após denúncias realizadas por populares sobre óbitos na unidade devido à falta de leitos de regulação.
Durante o feriadão dos Mártires, de quinta-feira (03) até o domingo (06), a UPA da Cidade da Esperança realizou em média 2.500 atendimentos, dentre os quais, alguns dos pacientes atendidos eram de municípios da região metropolitana. Ainda nesse período, quatro idosos que estavam internados foram a óbito por não haver leito de internamento em hospitais do estado.
Para o vereador Franklin Capistrano (PSB), um problema que precisa ter uma solução. “Se não houver regulação nessas UPAS, nós teremos grandes dificuldades. E o que é regulação? Regulação é encaminhar o paciente para ser tratado devidamente no hospital que for referenciado, mas a regulação funciona pouco e acontece o seguinte: aqui na UPA da Cidade da Esperança como nas demais, os leitos ficam todos ocupados com pacientes que não deveriam estar aqui. Tem um tempo para ficar na UPA, não é ficar 15 dias, 30 dias e aqui é um serviço que só recebe durante um tempo determinado”, explicou Franklin.
Outro problema constatado na unidade foi a falta de medicamentos antibióticos e de soro para hidratação. No momento da visita, a vereadora Carla Dickson (PROS) entrou em contato com a secretária adjunta de Saúde e cobrou um posicionamento da pasta quanto ao problema.
“A dificuldade de soro não é só aqui nessa UPA e está em todas as áreas de urgência e também no Hospital Municipal, e não vem de hoje. Eu lembro que há um mês, nós visitamos o Departamento de Logística e Suporte Imediato e observamos que o estoque estava muito baixo e estava na vigência da assinatura do contrato. Hoje nós tivemos uma ótima surpresa que o contrato foi assinado e já chegou soro no depósito e a partir de amanhã vai começar a distribuição. Outra situação é a falta de antibióticos e já está sendo feito um levantamento e essa questão do contrato dos antibióticos está sendo normalizada”, ressaltou Carla.
“Mais uma visita que nós verificamos aqueles problemas que são pontuais com alto índice de pacientes sendo atendidos, média de 600 por dia não é fácil, existe sobrecarga para os profissionais, também a falta de alguns medicamentos e nós esperamos a solução desses problemas para que a população não venha a ser penalizada”, acrescentou o vereador Preto Aquino (PATRIOTA).
Presidente da Comissão de Saúde, vereador Fernando Lucena (PT) fez um balanço da visita. “O que nós recebemos todos os dias são denúncias de mortalidade nas UPAS devido à regulação. UPA é pronto-atendimento, aqui não é hospital. As pessoas estão vindo infelizmente pra cá porque é porta-aberta e como não tem pra onde ir estão morrendo aqui. Precisamos denunciar isso que é urgente, pois nós necessitamos de um hospital de pelo menos 400 leitos para poder esses pacientes terem para onde ir. Nós da Comissão de Saúde estamos fiscalizando para denunciar e cobrar as soluções para os problemas da saúde pública da nossa cidade. Na próxima segunda-feira iremos receber no plenário da Câmara os secretários de Saúde e Administração do município que foram convocados e vamos convocar também o do estado, porque o governo estadual deve 60 milhões ao município”, enfatizou Fernando Lucena.
Texto: Kehrle Junior
Fotos: Verônica Mâcedo