O isolamento social é a principal recomendação para reduzir a disseminação do Covid-19, o novo coronavírus. Reconhecida, em todo mundo, como essencial para combater o vírus, a medida vem revelando diversos comportamentos sociais. Dentre eles, um em especial: a tendência de aumento dos índices de violência doméstica e de feminicídio. Diante deste cenário, a Frente Parlamentar da Mulher da Câmara Municipal de Natal realizou uma reunião remota, nesta terça-feira (05), para debater a violência doméstica e o atendimento à mulher em tempos de distanciamento social.
Dados divulgados pela Secretaria do Estado de Segurança Pública mostram que os casos de feminicídio vêm crescendo, no Rio Grande do Norte. E há um risco de que o número de ocorrências aumente ainda mais durante a pandemia, motivado, sobretudo, pelo fato de vítima e agressor passarem a conviver por mais tempo nesse novo momento.
Convidada para o encontro, a promotora de Justiça da Vara de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do RN, Erica Canuto, falou que a rede de proteção tem que alcançar as mulheres dentro de casa durante a calamidade pública mundial. "Acontece que muitas mulheres sofrem ameaças mas não denunciam por diversos motivos. Não é fácil sair de um relacionamento abusivo porque, geralmente, as mulheres possuem uma longa história com seu agressor. E não adianta pressioná-las para denunciar. Nesta conjuntura, a população pode ajudar para que casos sejam notificados para a polícia".
"O que temos que fazer é fortalecer todas as políticas públicas de proteção e apoio a essas mulheres", completou a Vereadora Júlia Arruda (PC do B), que preside a frente parlamentar.
As vereadoras Nina Souza (PDT), Carla Dickson (PROS) e Ana Paula (PL), também membros da frente parlamentar, participaram do debate e colocaram suas sugestões e opiniões para tentar reduzir o alto índice de violência doméstica, não só no período de isolamento social, mas, também como ações que tenham resultados em curto, médio e longo prazo. As vereadoras defenderam bandeiras como mais investimentos na educação, o engajamento social da população para denúncias e o aprimoramento de políticas voltadas às mulheres.
Texto: Junior Martins