Por iniciativa do vereador Ubaldo Fernandes (PMDB) o plenário da Câmara Municipal recebeu, na tarde desta sexta-feira (19), representantes do sindicato patronal e dos instrutores de auto escolas, para debater, em audiência pública, a carga horária e direitos dos funcionários do centro de formação de condutores. "O poder legislativo é uma representação do povo de Natal, e não seria diferente com essa classe. Nosso intuito é dar abertura de diálogo para as categorias para que avance no que é possível avançar. O fato é que os instrutores precisam de melhores condições de trabalho, visto que eles que irão formar os motoristas da nossa cidade", afirma Ubaldo.
Para o presidente do sindicato dos instrutores, Romildo da Silva, a jornada excessiva de trabalho prejudica os instrutores, e consequentemente, os novos condutores. "Não tem como ensinar a alguém se não estamos satisfeitos e bem remunerados, acaba refletindo nos alunos que não tem nada a ver com isso, como também reflete na sociedade, já que a formação dos condutores sem a devida atenção fará com que o trânsito fique prejudicado. Muitos trabalham sob pressão, é desumano. Os alunos precisam de uma boa instrução como também os trabalhadores precisam ter boas condições", afirma Romildo
Em oposição, o sindicato patronal afirma que tudo está de acordo com a lei. "A categoria precisa seguir a CLT, e o que consta nela são as 8 horas de trabalho, como vem sendo feito. Fui convidado para debater o assunto, mas afirmo que não existe nada fora de lei. Os sindicatos possuem bom relacionamento e com certeza a luta é grande dos dois lados", disse o presidente do sindicato patronal, Eduardo Domingo, que ainda afirma "das 28 questões que foram discutidas com o sindicato dos condutores, 27 nós concordamos e apenas uma não entramos em consenso. Diante disso vemos que há um entendimento entre as entidades".
"O piso salarial do instrutor mal da pra sobreviver, precisamos de melhorias e ambos os lados precisam se acertar. Nós não trabalhamos apertando parafusos, e sim formando condutores. Agora pergunto aos instrutores, a aula que você dá às 7 da manhã é a mesma que vocês dão às 21h? Não, é a perda da qualidade de ensino. É preciso a criação de dois turnos. Sendo assim, os dois lados ganham", afirma Marion Macedo, instrutor de condutores.
O Ministério do Trabalho, Ministério Público e o DETRAN foram convidados, porém não compareceram. Ao final da audiência, o vereador Ubaldo Fernandes fez suas considerações finais. "Entre ambas as partes está havendo maturidade, o direito e dever de cada um está sendo discutido, e tem tudo para avançar. Essa audiência dará um passo para o fechamento de conquistas de direitos de todos", finaliza o parlamentar.
Texto: Gabriela Fernandes
Fotos: Elpídio Júnior