A Câmara Municipal de Natal realizou nesta quarta-feira (16), um Fórum de Saúde Mental para debater ações administrativas e legislativas no sentido de melhorar as políticas públicas para garantir atendimento efetivo à população.
Coordenado pelo vereador Kleber Fernandes (PSDB), o encontro reuniu entidades, profissionais da área, pacientes e gestores do Município e Estado. "Trata-se de um tema que tem trazido preocupação, sobretudo em relação aos alarmantes números de casos de pessoas com transtorno mental, inclusive crianças e adolescentes. Muitas dessas com dificuldade no aprendizado, que pode ser reflexo do ambiente familiar. O poder público precisa assumir uma postura de protagonismo nessa pauta", destacou o parlamentar.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do RN, Marcos Jácome, criticou medidas como o fechamento do Pronto Socorro do Hospital Psiquiátrico, que é especializado nesse tipo de atendimento. "Deslocaram o fluxo para as UPAs e lá os médicos e equipes se sentem desamparados pela falta de qualificação para atender esses pacientes que precisam de espaços mais adequados para serem atendidos", disse ele.
Segundo o coordenador da área de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, Luiz Fernando, há 12 serviços de saúde mental disponíveis na cidade, entre Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas, leitos de saúde mental, ambulatório para tratamento álcool e drogas. Seis desses serviços funcionam em caráter 24 horas.
"A Secretaria de Saúde vem num fluxo crescente. São 60 psicólogos na atenção básica. O cidadão que identificar sintomas de depressão, por exemplo, deve procurar a unidade básica da sua região para consulta. Dependendo do seu quadro será encaminhado ao tratamento, acompanhamento e medicação, podendo precisar de leito, caso piore", orienta o coordenador.
Em nível estadual, o técnico da área de saúde mental da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap/RN), Franklin Horácio diz que o Estado trabalha na expansão da rede, monitoramento e qualificação das oito regionais de saúde para torná-las autossuficientes em atenção psicossocial, mas frisou que os serviços são dos Municípios.
Por outro lado, há entidades que oferecem apoio, como o Centro de Valorização da Vida (CVV). "No próximo mês teremos o Setembro Amarelo, que evidencia o problema, mas o CVV faz esse trabalho de apoio e prevenção todos os dias do ano pelo 188 para prestar apoio emocional garantir e combater ao suicídio", destacou o vice-coordenador do centro, Thiago Martins.
Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Ingryd Silva