As condições de trabalho dos bancários, o fechamento de agências, o atendimento digital e a demissão de vigilantes foram debatidos em uma audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (17) na Câmara Municipal de Natal. A iniciativa foi proposta pelo vereador Robério Paulino (PSOL).
Durante o debate, enfatizou-se o impacto do avanço tecnológico, manifestado no atendimento eletrônico, que acarretou prejuízos para a classe trabalhadora, como o fechamento de agências bancárias e a demissão de trabalhadores, além de excluir aqueles que não dominam a tecnologia.
"A grande questão é que existem muitas pessoas excluídas e isso faz com que elas estejam mais suscetíveis a receberem golpes de pessoas que entendem as técnicas digitais e aplicam esses golpes contra pessoas que precisam pedir ajuda para realizar uma operação bancária por aplicativo. Outro ponto é que o fechamento de agências acaba concentrando mais pessoas nas agências restantes", destacou Alexandre Guedes da Central Sindical e Popular.
O vereador Professor Robério Paulino destacou a necessidade de a tecnologia ser direcionada para o bem-estar humano e coletivo, expressando otimismo quanto ao papel da inteligência artificial. Ele ressaltou que, embora a tecnologia tenha transformado a vida das pessoas, deve ser usada para beneficiar, não prejudicar.
Outro ponto abordado foi a reforma trabalhista, especialmente o impacto do trabalhador intermitente na categoria dos vigilantes. Dalcilene Cabral, vice-coordenadora do SindSegur (Sindicato dos Vigilantes), denunciou a remuneração por hora, resultando em salários mensais insuficientes, muitas vezes abaixo de R$ 400, evidenciando a precariedade dessa modalidade de contrato. "Hoje, o trabalhador que está ali é qualificado, igual a qualquer outro, vai para a escola, faz o curso de formação igual e na hora de ser remunerado é como trabalhador intermitente", falou.
Texto: Phablo Galvão
Fotos: Francisco de Assis