Os problemas relacionados à produção cultural no município de Natal foram alvo de debate na manhã de hoje (3) na Câmara Municipal. A proposição do vereador Preto Aquino (PEN) levou representantes de diversos segmentos culturais da capital ao plenário da Casa para relatar e reivindicar mais atenção e incentivo à cultura no âmbito municipal.
A audiência também contou com apresentações musicais. Os artistas reclamaram da falta de apoio aos artistas locais e dos atrasos nos pagamentos de cachês para os músicos locais selecionados nos editais dos eventos realizados pelo Executivo, já que os pagamentos dos artistas nacional geralmente são pagos regularmente. Para esclarecer sobre isso, a diretora do Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, Odinelha Targino, representando a Secretaria de Cultura do Município, explicou que a contratação dos artistas ocorrem de formas distintas. "Os artistas locais, até mesmo por serem muitos, são selecionados por meio de um edital com previsão de recursos, mas o trâmite é burocrático, passa pela Controladoria e pela Secretaria de Administração para poder liberar o pagamento dentro da disponibilidade de recursos. Os artistas nacionais já recebem por meio de contrato, devido o reconhecimento e notoriedade que é questionada para o valor do contrato que é maior", disse.
Representantes de diversos segmentos, como teatro, música, capoeira, grupos juninos e carnavalescos, entre outros, explanaram suas dificuldades para produzir cultura em Natal. Das escolas de samba e tribos de índio, a cobrança é para que a secretaria de cultura assuma posicionamentos que venham a facilitar o trabalho desses grupos, especialmente no prazo dado pelos editais e na liberação de recursos. Diretor do Memorial da Capoeira em Cidade Nova, Nivaldo Freire (Mestre Arrepio), que comanda um grupo Cordão de Ouro com 120 alunos, explica que o segmento não costuma estar incluído nos editais, apesar de existir grupos de capoeira em todas as regiões da cidade. "É muita burocracia para ter acesso aos recursos públicos. Falta orientação de como chegar aos editais até porque não se tem edital específico para capoeira, que é uma arte popular", reclama.
O vereador Ubaldo Fernandes (PMDB), presidente da Comissão de Cultura destacou que neste semestre o Plano Municipal de Cultura será discutido em plenário para avaliar as metas dos próximos dez anos na área. "Para que as metas enviadas pela secretaria de cultura possam ser avaliadas. A cultura é muito mais macro e podemos melhorar as metas com mais investimento e mais espaços disponíveis para as manifestações culturais", pontuou. Além dele, os vereadores Kleber Fernandes (PDT) e Franklin Capistrano (PSB) também compareceram à audiência, além de representantes das secretarias de Educação e de Esportes da cidade. O propositor, Preto Aquino (PEN) sugeriu que uma boa iniciativa seria diversificar e distribuir melhor os eventos pelas regiões administrativas da capital. "Temos o Natal, o São João, o Carnaval, cujos pólos podem ser levados para diferentes bairros centrais nas quatro zonas da cidade, proporcionando a mesma oportunidade a todas as regiões", propõe.
CONFIRA A AUDIÊNCIA PELO CANAL DA TV CÂMARA: https://www.youtube.com/watch?v=dto1h9zlwmo
Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Marcelo Barroso