Nesta terça-feira (30), a Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara Municipal de Natal deu continuidade a sua agenda de visitas fiscalizatórias aos equipamentos da rede municipal de ensino da capital potiguar. Dessa vez, os parlamentares que integram o grupo temático inspecionaram os CMEIs Haydée Monteiro Bezerra de Melo e Carmem Maria Reis, localizados na Vila de Ponta Negra.
Com 120 alunos matriculados, o CMEI Haydée Monteiro Bezerra de Melo convive com os transtornos de uma reforma que se arrasta desde 2019 e uma fila composta por cerca de 100 crianças à espera de uma vaga na instituição. Já o CMEI Carmem Maria Reis funciona em uma casa alugada na qual está impossibilitado de realizar obras de melhorias, sendo o foco principal da equipe administrativa e pedagógica a busca por um prédio próprio para acolher sua comunidade escolar.
"Na maioria das escolas do Município, a gente vê ambientes e espaços físicos de qualidade, por vezes superior aos das escolas privadas. Ao mesmo tempo, a falta de cuidado da Prefeitura de Natal atrapalha o cotidiano dos professores, pais e crianças. Por este motivo é fundamental que o Legislativo natalense, o Ministério Público e outros órgãos atuem para mudar essa realidade. Não dá para ter grandes obras e ter uma escola com reforma inacabada há cinco anos. A educação da primeira infância tem que ser prioridade", defendeu o presidente da Comissão de Educação, vereador Daniel Valença (PT).
A diretora pedagógica do CMEI Haydée Monteiro Bezerra de Melo, Gecioneide Barbosa Medeiros, contou que todos os dias recebe famílias na tentativa de matricular seus filhos na escola. "Algumas histórias são emocionantes e tocam o coração, porém, a gente fica com as mãos atadas, sem poder fazer nada. Porque simplesmente, a empresa que iniciou a obra abandonou o serviço e até agora não foi licitada uma nova empresa para concluir a expansão do nosso espaço físico".
Por sua vez, o vereador Professor Robério Paulino (PSOL) falou sobre a situação do CMEI Carmem Maria Reis. "Essa escola foi fundada em outro local e depois veio para cá. E aqui não pode fazer nenhuma melhoria ou reforma para ampliação por não ter uma sede própria. Acontece que esse primeiro problema gera outro durante as chuvas, pois algumas paredes são abertas e os proprietários não permitem que sejam colocadas janelas, o que deixa a escola inundada após qualquer chuva um pouco mais forte. Assim, a direção precisa dispensar as crianças quando isso acontece, o que gera grandes prejuízos para as crianças que perdem aula e para os pais que precisam trabalhar e não tem outro lugar para deixar os filhos", explicou.
Flaivete Santos, diretora administrativa do CMEI Carmem Maria Reis, reforçou o coro por um prédio próprio para a instituição. "Precisamos de um espaço para chamar de nosso. Trabalhamos numa casa alugada, com estrutura precária. Quando chove somos obrigados a suspender as atividades. Além disso, também temos fila de espera por vagas e para receber mais alunos necessitamos de um local maior. Portanto, a prioridade é a conquista de uma sede própria para trazer mais dignidade para a comunidade",
Texto: Junior Martins
Fotos: Elpídio Júnior