A segurança no bairro de Candelária foi tema discutido em audiência pública, na manhã desta sexta-feira, 22, na Câmara Municipal de Natal. Proposta pelo presidente da Casa, vereador Ney Lopes Júnior. (PSD), a audiência contou com a presença de vereadores, representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e moradores do bairro.
"Hoje discutimos um tema tão urgente para a população natalense que é a segurança pública. Sou morador do bairro de Candelária, já tive parentes que sofreram com a violência que assola não só Candelária, mas também toda a cidade. Viemos ouvir os órgãos de segurança, os moradores do bairro para que a gente saia daqui com ações concretas a fim de solucionar essa onda de violência", afirmou o Ney Júnior.
De acordo com o Comandante de policiamento metropolitano da Polícia Militar, Coronel Zacarias Mendonça, a falta de efetivo e de estrutura são os grandes problemas para um enfrentamento mais eficaz da violência na cidade. "A Polícia Militar do Rio Grande do Norte necessita de um efetivo de 13 mil policiais, hoje temos apenas 8 mil. A população vem crescendo, a demanda policial vem crescendo, mas o número de policiais está estagnado", disse o Coronel. Ele apresentou as ações desenvolvidas pela Polícia e cobrou a participação da população para que os números relacionados à violência declinem. "Mesmo com dificuldades de estrutura a polícia vem realizando ações para coibir os índices de criminalidade através das rondas programadas, serviço de inteligência e diárias operacionais que visam atender ao continuado e crescente aumento da demanda da atividade de policiamento ostensivo. A Polícia Militar busca também parcerias com a população. Quem sofrer algum assalto, quem tiver o veículo roubado, faça a denúncia para que fique registrado no nosso sistema, facilitando na busca", propôs.
Durante a audiência foi apresentado plano de ações conjuntas entra a polícia e a população como o Projeto Gisela - Segurança Já. O Projeto, que já vem sendo realizado no bairro de Lagoa Nova, aproxima a polícia dos moradores, a fim de que juntos busquem soluções para reduzir os índices de violência e criminalidade nas localidades da cidade e recebeu este nome em homenagem a Gisela Mousinho Paiva da Silva, 43 anos, que foi baleada e morta durante um assalto em frente a uma padaria na Zona Sul de Natal, no dia 02 de janeiro de 2016, quando tentava retirar a filha de dentro do carro. "Nós moramos em um bairro que é rota de fuga para todas as regiões de Natal, pagamos um dos maiores IPTU da cidade e estamos à mercê dos bandidos e com uma sensação de abandono pelo poder público. Se as polícias não têm efetivo, se a população precisa ajudar, participar, vamos propor ações em conjunto. O Projeto Gisela que já funciona em outro bairro pode ser adotado pelos moradores de Candelária, é um excelente Projeto que pode nos ajudar no combate a tantos assaltos", destacou o delegado Sérgio Leocádio, morador do bairro há mais de 20 anos.
"Precisamos deixar o discurso de lado e buscar soluções práticas para coibir a criminalidade nos bairros de Natal. E, para as ações serem mais efetivas, é preciso a participação da população, em conjunto com os órgãos de segurança, na formulação de políticas públicas na área", disse Júlio César Barbosa da Costa, diretor de Polícia Civil da Grande Natal - DPGRAN. Foram propostas também na audiência a criação de grupos que se comunicam via redes sociais e por telefone, mas também se reúnem presencialmente para discutir ações. Os grupos ajudariam no patrulhamento de determinadas áreas para alertar a polícia sobre iminentes crimes.
Texto: Karol Fernandes
Fotos: Verônica Macedo