A Frente Parlamentar Evangélica, através de audiência pública proposta pela vereadora Carla Dickson (PROS), discutiu na manhã desta sexta-feira (06) as “Políticas Públicas em Combate ao Suicídio”.
“Nós discutimos tópicos que são considerados gatilhos para que uma pessoa venha a tirar sua própria vida. A Frente teve o cuidado de trazer especialistas na área para abordar temas como solidão, depressão, problemas financeiros e bullying nas escolas para uma primeira discussão. Em breve, a vereadora Júlia Arruda (PDT) vai trazer um debate sobre a depressão na adolescência para que a gente possa dar continuidade ao debate sobre as políticas públicas em combate ao suicídio”, disse a Carla Dickson.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), por ano aproximadamente 1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, segundo ranking divulgado pela OMS em 2014. O país registra cerca de 10 mil casos anuais.
Para Emerson Arcoverde, vice-presidente da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Norte, é necessário que as políticas públicas no combate ao suicídio sejam implementadas de maneira adequadas para que elas se tornem efetivas. “As políticas públicas já existem, porém precisam ser implantadas de maneira adequada porque é acesso a saúde e está na constituição. Acredito que deve haver uma legislação mais rígida em relação ao acesso a substâncias psicoativas, pois as pessoas que cometem suicídio e estão com transtorno mental 22% estão relacionados ao uso dessas substâncias psicoativas como o álcool”, explicou Emerson.
De acordo com novos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o índice de suicídio aumentou consideravelmente entre os anos de 2011 e 2015 no Brasil. Segundo o órgão, esta é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 e 29 anos.
A psicóloga Cristiana Leite, representante da Secretaria Municipal de Saúde, apresentou as ações desenvolvidas para prevenção e combate aos casos de suicídio na cidade. “Nós seguimos o direcionamento do Ministério da Saúde que tem uma portaria norteando as diretrizes em relação a como proceder com o suicídio, principalmente na promoção e prevenção. Nós temos a efetivação das políticas de promoção na atenção básica, desde o programa da saúde da família nas unidades de saúde onde há atendimento integralizado a todas as pessoas, de todas as idades que chegam”. Cristiana acrescentou que existe treinamento constante para os profissionais da área. “A secretaria Municipal de Saúde investe na educação permanente dos profissionais para que eles saibam como identificar, tratar e fazer todos os encaminhamentos que precisam. Treinamos esses profissionais para que eles entendam a importância da notificação dos casos com o objetivo de desenvolver políticas mais eficazes no combate aos casos de suicídio”, finalizou a psicóloga.
Texto: Karol Fernandes
Fotos: Marcelo Barroso