No dia 7 de abril é celebrado no Brasil o Dia do Jornalista - data instituída pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em homenagem ao jornalista Líbero Badaró, que se notabilizou por defender a liberdade de expressão. Para marcar a data, a Câmara Municipal de Natal, por iniciativa do presidente Raniere Barbosa, realizou uma sessão solene na noite desta segunda-feira (09) em homenagem aos profissionais da notícia. A solenidade destacou personalidades da imprensa, de diversos veículos de comunicação, com diploma de mérito pelos relevantes serviços prestados à sociedade.
Ao fazer uso da palavra, o presidente Raniere Barbosa disse que o Jornalismo é um dos principais segmentos representativos da sociedade brasileira, considerado o "Quarto Poder". Segundo ele a profissão tem repercussão nos diversos setores públicos, com o compromisso de levar informação verdadeira aos cidadãos. "A liberdade de imprensa é o termômetro do ambiente democrático. E isso porque democracia não é apenas o direito ao voto livre. Trata-se de liberdade para pensar e expressar pensamentos. De liberdade para opinar e discordar. E, também, liberdade de ter acesso à informação. Democracia é, acima de tudo, consciência livre", defendeu o presidente.
"Existem poucas dúvidas de que os problemas sociais seriam esquecidos se não fossem por jornalistas inteligentes, persistentes e corajosos. Qualquer um que pare para examinar casos recentes de sucesso jornalístico e de seus impactos ficará impressionado com a função vital da imprensa", ressaltou Raniere. Em tempo: o Jornalismo tem papel crucial na democracia, na construção dos poderes constituídos, estabelece valores, influencia comportamentos e molda diuturnamente o imaginário coletivo. Um poder sobre a vida dos indivíduos que nem o Direito e a Medicina possuem", acrescentou.
Falando em nome dos homenageados, a jornalista Anna Ruth Dantas parabenizou o Legislativo natalense pela escolha dos nomes para receber a distinção. "Todos que estão aqui são merecedores de todas as honras, porque são apaixonados pelo que fazem e o entusiasmo com a comunicação é sentido na prática profissional de cada um. O resultado dessa química é o reconhecimento do público".
De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, durante a cobertura de manifestações de rua entre maio de 2013 e setembro de 2016, foram mortos 300 jornalistas. O Brasil, aliás, foi o segundo país onde houve o maior número de assassinatos de jornalistas em 2016, perdendo apenas para o México.
A diretora de Comunicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn), Juliana Manzano, lamentou que os profissionais da imprensa brasileira continuem sendo vítimas de violência, que se manifesta não somente com agressões físicas, mas com desrespeito às regras de liberdade de expressão e de sigilo de fonte. "É um dia de celebração, todavia, faz-se necessário incentivar a reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas diuturnamente, além de lutar pela valorização de uma profissão tão relevante", pontuou a jornalista.
O jornalista Marcius Valerius, um dos homenageados da noite, frisou a importância de reconhecer o trabalho daqueles que constroem conhecimentos. "Ora, vivemos a era do fake news, na qual notícias sem qualquer apuração ou falsas mesmo são disseminadas para milhões de indivíduos em questão de segundos. Nessas horas constatamos a urgência da qualificação profissional no processo da comunicação".
Por fim, a jornalista Diassis Oliveira comentou sobre o caráter coletivo do Jornalismo. "Trata-se de um ofício essencialmente coletivo, praticado em equipe, realizado em conjunto com muita gente. Por falar em gente, jornalista tem que gostar de gente, tem que gostar de estar com pessoas, se interessar pelos dramas humanos. Também precisa ter sensibilidade para olhar além das aparências e entender a diversidade social e cultural do mundo contemporâneo", concluiu.
Texto: Junior Martins
Fotos: Verônica Macedo