A Frente Parlamentar em Defesa do Idoso da Câmara Municipal de Natal realizou uma audiência pública para discutir melhorias para a população idosa da capital.
O vereador Franklin Capistrano (PSB), coordenador da Frente, disse que, entre os encaminhamentos, a Casa vai levar os pleitos para o Plenário da Câmara e ainda uma campanha de destinação de emendas parlamentares para o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa.
"A Câmara, mais uma vez, cumpre com seu papel de discutir o tema. Os idosos precisam de mais atenção por parte do Poder Público e também faço um apelo aos vereadores que destinem recursos do Orçamento para o Conselho, para que ele continue desenvolvendo os trabalhos em prol dos nossos idosos", disse.
A vereadora Eleika Bezerra (PSL), vice-coordenadora da Frente, lamentou a falta de crescimento das políticas púbicas na prática. De acordo com ela, o desenvolvimento foi pequeno.
"É uma evolução muito tímida ainda. Acredito que é um momento a mais, mas não é o suficiente. Todos os dias, as estatísticas mostram que a população idosa tem aumentado progressivamente, mas ainda falta respeito. A gente faz até um apelo aos jovens de hoje que reflitam, porque amanhã eles também serão idosos. Acho que precisamos de mais respeito para todos. É muito importante", avaliou.
A idosa Nazilda Dutra, diretora da Associação Riograndense Pro-idoso (Arpe), lamentou que ainda se discuta muito e se coloque pouco em prática. Segundo ela, vários já foram os debates, mas poucas foram as ações que realmente saíram do âmbito das discussões.
"A gente só queria que a coisa saísse realmente do papel. Eu, que tenho 50 anos de trabalho com idosos, já vejo que tem muita discussão, mas batendo sempre na mesma tecla, porque falta uma união de trabalho e realmente colocar algo em prática. A gente precisa de uma coesão dos profissionais com os próprios idosos. A coisa não é fácil como está sendo lida nos papéis", desabafou.
O advogado André Arruda, Comissão de Defesa e Amparo aos Direitos do Idoso da OAB/RN e conselheiro do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, disse que cabe ao Município ser mais ativo nas políticas. Ele explicou que a ausência do poder público na fomentação do desenvolvimento de ações efetivas configura uma espécie de terceirização. Ele exemplificou com o custo dos ônibus adaptados para idosos que, hoje, é repassado para o usuário, quando deveria ser algo da Prefeitura.
"No momento em que se repassa a responsabilidade para o trabalhador ou para a sociedade, o Poder Público está terceirizando a responsabilidade. A fomentação da política pública é do Poder Público. É algo único da União, do Estado e do Município. Não pode ser repassado", disse.
Texto: Marcius Valerius
Fotos: Elpídio Júnior